terça-feira, 29 de outubro de 2019

'Rei Arthur' confirma pagamento de propina para o Rio de Janeiro sediar Jogos Olímpicos

Foto: Divulgação
Em delação premiada, o empresário Arthur Menezes Soares Filho, o "Rei Arthur" , confirmou o esquema de pagamento de propina para delegados africanos na escolha do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O processo está em andamento junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ).
Conforme as investigações, segundo O Globo, o empresário usou a offshore Matlock Capital Group para transferir US$ 2 milhões para a conta de Papa Diack, filho de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo, a maior federação olímpica, de uma conta nos EUA. 
Ainda segundo a publicação, outros US$ 10,4 milhões foram transferidos para Cabral via doleiro Renato Chebar, na conta do EVG Bank. Esta transação foi comprovada por documentos fornecidos pelas autoridades de Antigua e Barbuda, e pelo gestor do banco Enrico Machado, doleiro e colaborador da Calicute.
No dia 29 de setembro de 2009, o montante foi depositado em Dakar, no Senegal, três dias antes da escolha da capital carioca como sede das Olimpíadas, segundo a peça do MPF. Ele foi feito pela Matlock Capital Group, uma holding nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal, que tem ligação com Arthur.
"Rei Arthur", como é conhecido, é dono do grupo Facility e um dos principais prestadores de serviços terceirizados no governo Sérgio Cabral, em áreas como limpeza, segurança, alimentação e saúde. A investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) aponta que a Facility participava de licitações fraudadas e depois repassava valores dos contratos, de forma ilícita, a autoridades do Legislativo e do Executivo fluminense. 
Os contratos do empresário com o governo do Rio, ainda conforme O Globo, chegaram a totalizar R$ 3 bilhões na gestão de Cabral.No processo em que prestou depoimento, Cabral é acusado de receber US$ 10,4 milhões em propina entre março de 2012 e novembro de 2013, e ocultar o valor no exterior, além de ter recebido um total de R$ 1 milhão no Brasil entre 2007 e 2011. 
Ainda conforme o MPF, o pagamento era feito no país com entregas de recursos em espécie, celebração de contratos fictícios com membros da organização criminosa e pagamento de despesas pessoais. Cabral negou a acusação e disse não ter contas no exterior, a não ser a que encerrou em 2003.

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