domingo, 21 de abril de 2019

Após ameaça de paralisação, governo libera R$ 800 milhões para obras do Minha Casa Minha Vida

Foto: Reprodução /Ciete Silvério
De acordo com informações da  Folha de S.Paulo, após as construtoras ameaçarem parar as obras do Minha Casa Minha Vida no mês de maio, o governo decidiu liberar R$ 800 milhões adicionais para o programa de habitação popular. O montante, nas contas das empresas, deve ajudar a cobrir R$ 550 milhões em desembolsos atrasados, mas não afasta incertezas para empreendimentos a partir de junho. 
Ainda conforme a publicação, a liberação de recursos suplementares ocorreu após pressão das construtoras, principalmente as que atuam na faixa 1 do programa, destinada a famílias com renda até R$ 1.800 mensais. Nesse segmento, 90% do valor do imóvel é subsidiado com recursos do Orçamento, por meio do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial).
Para 2019, a dotação orçamentária para o programa seria de R$ 4,6 bilhões.
Porém, mesmo construtoras das faixas 1,5 e 2, em que o subsídio é menor, relatam atrasos e temem impactos financeiros. Uma suspensão nos recursos federais nesses segmentos afetaria em cheio até mercados mais maduros e empresas de grande porte em São Paulo, um dos poucos estados onde se esboça recuperação do setor imobiliário.
Uma pesquisa do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário do estado de São Paulo)  indica que metade das unidades lançadas em 2018 na capital paulista pertencia ao programa Minha Casa Minha Vida.
Para grandes companhias, paralisar obras é o último recurso, entretanto construtores ouvidos pela jornal Folha de S. Paulo relatam que suspenderam a procura por novos terrenos e estão revendo estratégias para futuras aquisições e lançamentos.
A prévia operacional do primeiro trimestre da MRV Engenharia, maior companhia do Brasil no segmento popular, aponta que a empresa não gerou caixa pela primeira vez em 26 trimestres.
A maior parte dos recursos para o Minha Casa Minha Vida vem do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mas o fundo não pode aportar dinheiro enquanto o Tesouro Nacional não colocar sua parte, porque a manobra poderia ser considerada uma pedalada fiscal.

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