quarta-feira, 13 de março de 2019

‘Ainda há muito o que avançar’, diz Jungmann sobre apuração do caso Marielle


Jungmann diz que caso não está encerrado
Ministro da Segurança Pública na época do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), Raul Jungmann questiona o fato de a investigação não ter sido federalizada e diz que “ainda tem muito o que avançar”. Mesmo após a prisão de dois suspeitos da execução, nesta terça-feira, 12 Jungmann considera que “não dá para dizer que o caso está encerrado”. Segundo ele, os investigadores ainda não apresentaram indícios suficientes da motivação do crime. “Os indícios são suficientes para pedir a prisão dos dois, mas não para dizer que está encerrado o caso”, disse Jungmann ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, a alegação de que houve crime de ódio pelo fato de Marielle ser de esquerda, como sugeriu o delegado do caso, Giniton Lages, “precisa ter suporte fático”. “Imaginar que dois milicianos resolveram matar a Marielle por causa da agenda que ela defendida… Tudo bem, pode ser possível, mas tem de ser provado.” A denúncia do MP vai na mesma direção da explicação do delegado e acrescenta que a ação foi típica de queima de arquivo e mostrou “desprezo pela vida”. Poucos dias antes de o crime completar um ano, foram presos na manhã desta terça-feira, 12, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, acusados de matar a vereadora e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. O Ministério Público não descarta haver um mandante do crime. Para o ex-ministro da Segurança Pública, a hipótese de que o crime tenha sido motivado por ódio eliminaria a possibilidade de haver mandantes. “Alguém passa três meses montando um crime, com todo o custo, com todo o risco, por motivação ideológica, pode até ser, mas é preciso que tenha provas e que se demonstre a consistência disso. Até aqui isso não foi algo posto, colocado ou dito”, reforçou. Sobre as investigações, também considera que precisam avançar ainda mais para encontrar ou descobrir o que houve com a arma, o carro usado pelos criminosos e identificar testemunhas “para que se tenha a necessária consistência”. “É um avanço, mas ainda tem muito o que avançar”, disse o ex-ministro sobre as prisões realizadas nesta terça.
Estadão

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