Grupo tem caixa para enfrentar a crise que chegou às portas da companhia
Nas últimas duas semanas, executivos da Odebrecht têm
percorrido bancos, clientes e parceiros para dar explicações e tentar
acalmar os ânimos acirrados pelas acusações de que a empresa está
envolvida em esquemas de corrupção. Debaixo do braço, carregam números
para demonstrar que o grupo tem caixa para enfrentar a crise que chegou
às portas da companhia desde que seu comandante, Marcelo Odebrecht, foi
preso na Operação Lava Jato, no dia 19 de junho. Em termos financeiros, a
fotografia do momento mostra que a empresa de fato tem capacidade para
pagar sem grandes dificuldades sua dívida de curto prazo, e os credores
parecem relativamente tranquilos. Não vislumbram algum tipo de
aceleração dos R$ 88 bilhões em dívidas da empresa. A maior parte vence
no longo prazo e o custo é baixo, cerca de 7,5% ao ano, segundo cálculos
de analistas. Quase metade do custo dos juros no Brasil hoje. A
empreiteira do grupo, entre as dezenas citadas ou investigadas na Lava
Jato, é a que está em melhor situação. Das obras que fez para a polêmica
Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, já
recebeu todos os aditivos que tinha pleiteado, segundo o diretor
financeiro, Marco Rabello. Se quisesse, poderia pagar à vista até mesmo
os títulos perpétuos, que não têm vencimento. Sua nota de classificação
de risco ainda é de grau de investimento, ou seja, uma das melhores do
mercado.
Estadão
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