segunda-feira, 6 de julho de 2015

Lava jato já alterou cenário da construção civil pesada


Todas as empreiteiras mais atuantes tiveram executivos presos
Mesmo que ao fim e ao cabo não haja qualquer condenação pelas práticas de corrupção apuradas na Lava Jato, a operação deflagrada no ano passado já alterou completamente o cenário da construção pesada no País. Todas as empreiteiras mais atuantes tiveram executivos presos e foram envolvidas nas investigações, afetando seus negócios e seus créditos. Um efeito imediato das prisões foi o rebaixamento das notas de crédito. Mesmo empresas com caixa robusto como a Odebrecht, que hoje e é a única empreiteira com o chamado grau de investimento, foram afetadas. A Andrade Gutierrez perdeu seu status de baixo risco na semana passada pela agência de classificação Fitch. Isto vai significar que todas vão pagar mais caro em novas dívidas. O diretor da Fitch Ratings, Ricardo Carvalho, diz que os rebaixamentos de nota refletem as prisões dos executivos, mas ressalta que há incertezas em relação a essas empresas. Quais serão as multas aplicadas às empresas (várias já admitiram irregularidade)? Serão consideradas inidôneas? Vão conseguir novos contratos para gerar receita e equilibrar caixa? Além disso, a Lava Jato mudou completamente o cenário da concorrência. De um lado, a expectativa é que acabe a hegemonia das três grandes empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht. Protagonista em grandes disputas para construção de hidrelétricas, quando derrubou a Odebrecht para levar a usina de Jirau, em construção em Rondônia, a Camargo aos poucos está deixando o setor. Odebrecht e Andrade devem seguir com grandes portfólios, mas manter o foco em atuação no exterior.
Estadão

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