Todas as empreiteiras mais atuantes tiveram executivos presos
Mesmo que ao fim e ao cabo não haja qualquer condenação pelas
práticas de corrupção apuradas na Lava Jato, a operação deflagrada no
ano passado já alterou completamente o cenário da construção pesada no
País. Todas as empreiteiras mais atuantes tiveram executivos presos e
foram envolvidas nas investigações, afetando seus negócios e seus
créditos. Um efeito imediato das prisões foi o rebaixamento das notas de
crédito. Mesmo empresas com caixa robusto como a Odebrecht, que hoje e é
a única empreiteira com o chamado grau de investimento, foram afetadas.
A Andrade Gutierrez perdeu seu status de baixo risco na semana passada
pela agência de classificação Fitch. Isto vai significar que todas vão
pagar mais caro em novas dívidas. O diretor da Fitch Ratings, Ricardo
Carvalho, diz que os rebaixamentos de nota refletem as prisões dos
executivos, mas ressalta que há incertezas em relação a essas empresas.
Quais serão as multas aplicadas às empresas (várias já admitiram
irregularidade)? Serão consideradas inidôneas? Vão conseguir novos
contratos para gerar receita e equilibrar caixa? Além disso, a Lava Jato
mudou completamente o cenário da concorrência. De um lado, a
expectativa é que acabe a hegemonia das três grandes empreiteiras
Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht. Protagonista em grandes
disputas para construção de hidrelétricas, quando derrubou a Odebrecht
para levar a usina de Jirau, em construção em Rondônia, a Camargo aos
poucos está deixando o setor. Odebrecht e Andrade devem seguir com
grandes portfólios, mas manter o foco em atuação no exterior.
Estadão
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