segunda-feira, 2 de março de 2015

Bolsa-auxílio beneficiou parentes de deputados baianos

Em matéria exibida pela Folha de São Paulo, neste domingo (1), deputados baianos deram bolsas-auxílio que deveriam ser destinados a estudantes carentes, para políticos, empresários e parentes. Essas bolsas foram pagas entre os anos de 2011 e 2014 pela Assembleia Legislativa da Bahia. Dentre os nomes que aparecem estão os do deputado itabunense Augusto Castro (PSDB), Raquel Boa Morte (PSD), que foi candidata a vice-prefeita de Caravelas (BA) em 2012, além de Márcio Marinho, Tia Eron, Sildevan Nóbrega. De acordo com o jornal, o programa consumiu R$ 19 milhões dos cofres baianos, sendo que os recursos foram depositados nas contas de 3.349 alunos ou seus responsáveis. O partido que os candidatos mais receberam doações de beneficiários do programa foi o PRB. Os deputados Márcio Marinho, Tia Eron e Sildevan Nóbrega receberam, juntos, R$ 48 mil de bolsistas. O ex-deputado Deraldo Damasceno (PSL) foi o que mais ganhou: recebeu R$ 34 mil para campanha de três bolsistas que juntos, receberam R$ 14 mil de bolsa. Todos trabalhavam com o deputado e ganhavam salários entre R$ 5 mil e R$ 11 mil. Augusto Castro (PSDB) teve R$ 15 mil em doações de um funcionário que recebeu R$ 22 mil em bolsas de estudo nos últimos três meses. Dentre os "estudantes carentes" está o atual deputado estadual Alex Lima (PTN), que recebeu R$ 2.500 de auxílio em 2012. Em 2014, Lima declarou ter R$ 1 milhão em bens. Ele alega ter passado por período de dificuldades financeiras. O hoje vereador em Salvador, Luiz Carlos (PRB) recebeu R$ 7.126 do programa em 2011, situação semelhante a do candidato a deputado federal Roberto Pina (PMDB) e à Raquel Boa Morte (PSD) em 2012. As investigações ocorreram em parceria com o portal "Meu Congresso Nacional"; parentes de políticos também receberam o benefício - caso de Karine Pepe de Souza Leão Cavalcanti, sobrinha do vice-governador João Leão e prima de Cacá Leão, ambos do PP. Também obtiveram bolsas o irmão e uma sobrinha do ex-deputado Yulo Oiticica (PT), e uma prima e quatro sobrinhas do presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT). Outro nome de empresário que aparece como beneficiário da bolsa é o dono do instituto de pesquisa Babesp, Roberto Matos. Empresa contratada por Nilo em 2014 para fazer pesquisas por R$ 130 mil, segundo a Justiça Eleitoral. O Ministério Público suspendeu, esse ano, a concessão das bolsas. Esse auxílio-estudantil foi criado em 2011. Mas a distribuição, foi suspensa no início de 2015, após o MP da Bahia argumentar que a concessão de benefícios estudantis não é papel do Legislativo.

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