quarta-feira, 29 de outubro de 2014

BRASIL: Dilma sinaliza que vai extinguir ‘feudos’ no Ministério


Presidente Dilma Rousseff (PT)
A presidente Dilma Rousseff quer acabar com os feudos dos partidos na Esplanada dos Ministérios, ao anunciar sua equipe do segundo mandato, e fortalecer a articulação política do Palácio do Planalto. Decidida a não deixar que as legendas transformem as vagas do primeiro escalão em “capitanias hereditárias”, que passam de um governo para outro, Dilma pretende fazer uma ampla troca de cadeiras na qual nem todos ficarão onde estão. O PT, hoje com 17 dos 39 ministérios, poderá ter seu espaço reduzido. Apoiada por uma coligação de nove partidos, a presidente sabe que enfrentará resistências na base aliada, mas avalia que tudo será resolvido com negociação caso a caso. Eleita com uma margem apertada de votos na disputa contra Aécio Neves (PSDB), Dilma tem uma “fatura” política a pagar e fará de tudo para evitar rebeliões e problemas com o Congresso. “Não é o momento nem a hora de discutir nomes do próximo governo. No tempo exato darei o nome e o perfil”, afirmou a presidente nesta segunda-feira, 27, em entrevista ao Jornal da Record. “Não vou discutir um ministro, mas um ministério.” Auxiliares de Dilma, porém, dão como certo o “rodízio” dos partidos no comando de pastas, com prováveis “compensações” em diretorias de estatais. Ministérios como o dos Transportes, há anos com o PR; Cidades, nas mãos do PP, Previdência e Minas e Energia, dirigidos pelo PMDB, podem entrar nesse remanejamento. O PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab deverá ganhar mais uma vaga na equipe, mantendo a Secretaria da Micro e Pequena Empresa com Guilherme Afif Domingos. Apesar de filiado ao PSD, Afif entrou no governo, no ano passado, na cota de Dilma. Na bolsa de apostas, o nome de Kassab é citado para ocupar o Ministério das Cidades, mas ele desconversa. “O PSD será governo, sim, mas não impôs qualquer condição ao declarar apoio à presidente e a escolha de ministros é uma decisão da presidente”, disse Kassab, derrotado na disputa pelo Senado.

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